sábado, 2 de abril de 2022

Fantástico

 Uma noite

Duas

Três 

E você insistindo 

Em surrupiar

Meu inconsciente

É pra pedir música no Fantástico, essa porra?

sábado, 30 de outubro de 2021

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Finalmente

Perdi as contas da quantidade de vezes em que te escrevi uma despedida. Desde o dia em que a gente se despediu pela última vez, sem saber que seria a última vez, pensei muito em você. Não vou mentir. Não menti até hoje, não faria sentido começar agora. E os pensamentos eram embrulhados em diferentes sensações. Tinha saudade, dúvida, confusão, desejo, desespero. Cheguei a pensar que tinha amor, mas era só minha grande mania de aumentar as coisas. Ou talvez não. Talvez tenha sido amor e eu só não me lembre o suficiente da sensação para afirmar isso. Olhando para trás hoje, é até esquisito pensar que eu era tão apegada a você (ou à ideia de você). Explico: esse fim de semana, você apareceu no meu feed do Instagram em uma foto com seu novo amor. Não foi o primeiro depois de mim (se é que estamos mesmo chamando o que rolou entre nós de amor), não tenho como saber se será o último. O grande diferencial foi que, dessa vez, não veio nenhuma sensação ao ver a foto. Com a sua antiga namorada, eu ainda ficava intrigada. Imaginava se as semelhanças físicas entre nós duas eram tão óbvias aos seus olhos quanto eram aos meus e dos meus amigos. Eu me indagava se você de alguma forma tinha sofrido ao saber que fui eu a primeira a seguir em frente. Eu me importava, por assim dizer.
Não mais.
Dizem que o melhor jeito de esquecer um amor (ainda adotando o termo) é se entregando a outro. Vou ter que discordar. Eu me entreguei completamente e amei a plenos pulmões, com todo o coração, a mesma pessoa há quase três anos. A obsessão por você passou, sem dúvida, e o que eu achava que poderia ser amor evaporou no dia em que eu bati os olhos nele e entendi o mundo que me aguardava. Um mundo alegre, com carinho e com o par que eu mereço, que me faz bem. Mas você ainda existia, entende? Ele é o certo, mas você ainda era alguma coisa em mim. Uma memória de algo que doeu, provavelmente. De algo que me marcaria permanentemente como uma experiência dolorosa, mas necessária. Olhando a foto no Instagram, nem isso eu senti. Ouso dizer que minha nova conclusão é que para esquecer um amor, é necessário sofrer por outro. Desde que eu sofri por ele, entendi que você não era nada em mim. Toda a dor de achar que o tinha perdido deixou no chinelo as feridas que eu acho que você me causou. E digo acho porque eu nem lembro mais como era ficar acordada até altas horas pensando em você e tentando te entender. Só sei que passei por isso porque escrevi sobre isso. A dor de um amor real apagou em um instante as mágoas que eu tanto disse que você me causou.
Fico feliz em dizer que, finalmente, não tenho mais o que te dizer. Essa é uma despedida definitiva. Não a você, porque eu já não te queria há muito tempo. Mas ao sofrimento que você me causou. À dor que eu achava que conhecia.
Hoje, sou maior.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Valentina (2)

Nina (sim, mudei o jeito que quero te chamar),

Você nasceu há cinco dias. Tô com vontade de te escrever desde aquela madrugada, mas não consegui parar pra fazer isso em nenhum momento desde então. Acho que vou tentar te escrever em vários momentos pra isso se tornar um presente no futuro, o conjunto das várias cartas que eu te escrevo antes de você saber sequer entender, quem dirá ler. Veremos.
Seu nascimento foi um momento esperado com muito carinho, como você com certeza já sabe e como também te falei no primeiro texto que te escrevi. E você, preguiçosa, não queria de jeito nenhum abandonar o calorzinho da sua mãe pra vir pro mundo real. Todo mundo ansioso torcendo e apostando na sua data de nascimento (inclusive, eu fui a primeira a perder) e você lá, quieta, sem dar nem sinal.
Na noite do dia 4, quando a gente achava que ainda faltava pelo menos uma semana (porque era a previsão mais recente que a médica tinha dado), vem a surpresa. Sua mãe começou a sentir muita dor durante o dia e, quando eu fiquei sabendo, ela já estava no hospital. Seu pai me avisou que tinha ido pra maternidade e eu, que já estava até de pijama, voei pra encontrar sua avó e me juntar a ela na espera por notícias.
Não muito tempo depois, seus irmãos chegaram pra fazer companhia. Eram quase onze horas da noite e a gente já tinha percebido que você não nasceria mais no dia 4, e sim na véspera do aniversário de quinze anos da sua irmã. Por pouco vocês não compartilharam a data, hein? De perceber que passaria de meia-noite até saber que horas você ia nascer, foi uma jornada.
Eu trabalhei no dia seguinte (guiada basicamente a café e a técnicas de 'como se manter acordado mesmo com muito sono' encontradas no Google) mas já tinha plena certeza que te ver nos primeiros momentos da sua vida valeria a pena o esforço. Fui descobrindo a programação da madrugada da Globo, porque era o que tava passando na sala de espera do hospital.
Em um certo momento, nó 4 (eu, seus irmãos e sua avó) começamos a sentir muito frio nas cadeiras de aço inox da maternidade. Resolvemos esperar no carro, que era mais quentinho. Já acomodados, recebemos uma notícia do seu pai dizendo "começou a fazer força". E olha, quanta força sua mãe fez! Das 2:17 que ela começou a empurrar, resolvemos apostar (de novo) que horas você nasceria. Seu irmão chutou 2:22. Sua avó, 2:25. Eu apostei em 2:30 e sua irmã, pro desespero de todos, em 3:00. Explicamos pra ela que uma hora empurrando era tempo demais, que sua mãe ia sofrer, mas ela nem tchum. Não quis mudar o palpite. E não é que você superou até esse tempo tão grande que ela sugeriu? 3:13 você nasceu. 3:17 seu pai avisou. 3:26 vimos seu pai vindo atrás da enfermeira que trazia você no carrinho até o berçário.
E que bebê linda você é, Nina! Provavelmente vou te dizer isso muito durante a vida, mas quero deixar aqui registrado: você não nasceu com cara de joelho. Não mesmo. Já nasceu rosadinha, com a bochecha super linda e cheia de feições. Pra mim, não parece nem a sua mãe nem o seu pai. Você parece você mesma. E eu amo isso em você.
Desde então, já fui te visitar na maternidade e na sua casa. Você adora mamar (sério, o tempo todo. Até quando não tem mais espaço dentro de você) e dormir, como todo bebê saudável (que é o que você é). Tomara que curta meu colo, porque tô louca pra ficar carregando você pra um lado e pro outro.
Muito ansiosa pra ver os próximos passos.
Mil beijos,
Paula

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Desabafo

Hoje foi um daqueles dias, sabe? Não particularmente ruim, mas muito (muito mesmo) atolado e cansativo. O trabalho foi INTENSO demais e eu não parei nem por um segundo. Fiz hora extra e tudo. Na hora que eu consegui finalmente pegar o ônibus pra casa, percebi que se hoje fosse dois meses atrás, eu mudaria qualquer plano que tivesse para a noite só pra poder ganhar seu colo. Iria correndo pra sua casa, abriria a porta com a minha chave e me jogaria nos seus braços pra me sentir totalmente renovada. Você tem essa capacidade. Foi um daqueles dias, também, bem no estilo em que eu imaginava o nosso futuro. Um chegando em casa exausto e o outro fazendo todo o possível pra compensar o peso da rotina.
Nada disso existe mais.
Não tem mais a gente.
Não tem mais colo.
Não tem mais futuro.
Dói tanto.

Não tem um dia sequer em que eu vá dormir sem pensar na angústia que é não te ter mais como parceiro.
Você faz muita falta.
Espero que saiba.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Ex

Eu ainda amo meu ex.
Eu ainda lembro com carinho
Da dancinha da vitória que ele fez
Depois do nosso primeiro beijo.

Eu ainda penso no meu ex.
Ainda me aquece o coração a lembrança
Dele indo me buscar
No primeiro dia de um trabalho novo.

Eu sinto falta do meu ex.
Quero de volta o colo que ele me deu
Quando eu reprovei na auto-escola
E nem namorando a gente tava ainda.

Eu quero de volta o meu ex.
O nosso primeiro dia dos namorados,
O aniversário de um ano da gente,
A presença dele em todos os momentos.

Eu perdi o meu ex.
E não só porque ele terminou comigo.
Mas porque aquele homem
Que era o meu namorado
Não parece mais existir.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Tchau

Quero falar sobre o Pedro. E vai doer mais do que qualquer outra coisa que eu já falei, porque vai ser a primeira vez que eu falo sobre o Pedro sem ser para o Pedro. O Pedro foi meu primeiro namorado. Ele apareceu num momento delicioso da minha vida, e completou um cenário em que literalmente tudo tava dando certo. Mas talvez essa minha percepção tenha muito a ver com o fato de que ele não deixava eu sentir nada além de felicidade. A presença dele era mágica assim, mesmo.
O Pedro foi meu primeiro um monte de coisa. Ele me apresentou um monte de mundos novos e me fez mais feliz do que eu achava que conseguia ser. Ele me deu os melhores presentes, me abraçou nas noites mais frias e me amou de um jeito que ninguém antes tinha amado. Ele apareceu com coxinha, brownie e sorvete na minha casa, tudo de uma vez só, simplesmente porque eu não conseguia decidir do que eu sentia mais vontade. Ele acordou antes do sol pra fazer almoço pra eu levar pro trabalho. Ele segurou a minha mão todos os dias. Me deu força. Me inseriu na família dele e se inseriu na minha. Todo mundo amava a gente junto. Até ele não amar mais.
 Foram exatos dois anos entre a primeira vez que a gente foi ao cinema e a última. Foram exatamente dois anos, também, entre a primeira e a última vez que ele disse que me amava. Em 2016, com sinceridade, do fundo do coração. Ontem, porque eu pedi pra ele mentir pra mim só essa vez. Me pergunto se dois anos é o tempo limite em que eu consigo me manter amada.